Bendito sejas tu, meu vinho tinto,
que fazes desde as eras mais distantes,
acender de repente nos amantes,
da paixão ardoroso e nobre instinto.
Bendito sejas tu pelo que eu sinto,
bendito sejas tu que neste instante,
despertas no meu peito flamejante
por amor um espírito faminto.
E ao beber do teu néctar benfazejo
sinto-te assim na taça cristalina,
qual se sentisse boca feminina.
Pelo ardor deste cálido desejo,
nesta minha alma louca e libertina,
bendito sejas, vinho que fascina!
Luiz Alberto Cavalcanti Filho